quinta-feira, 24 de maio de 2012

Trilhas de novelas se rendem aos ritmos populares como Luan Santana e outros

24/05/2012

Michel Teló, Luan Santana, João Lucas e Marcelo (aqueles do hit Eu quero tchu, eu quero tcha) e Sorriso Maroto são alguns dos artistas que dominam as paradas de sucesso há algum tempo e agora também passaram a invadir as trilhas das novelas. Em duas das principais atrações da teledramaturgia nacional, a das 19h, Cheias de charme, e a das 21h, Avenida Brasil, da Rede Globo, o que não falta é sertanejo, forró, pagode, funk, charme e até os novos ritmos populares como o tecnobrega e o africano kuduro. Diretor musical da emissora carioca há 23 anos, Mariozinho Rocha não se lembra de, ao longo desse tempo no cargo, ter havido uma onda tão popular nas telenovelas, e explica que a temática dos programas é que comanda a trilha.
“Essas duas tramas, especificamente são extremamente populares, portanto temos que escolher o que é popular hoje, como o sertanejo, o pagode, o funk. Cheias de charme aborda esse universo musical brega, então as músicas têm que acompanhar a história. Avenida Brasil se passa praticamente no subúrbio, então não posso colocar, por exemplo, para o Tufão (personagem vivido por Murilo Benício), um tema de bossa nova. Não tem nada a ver”, justifica.
Questão de gosto A ascensão da nova classe média pode explicar o boom popularesco, segundo Mariozinho Rocha, mas ele acredita mesmo é que o gosto musical do brasileiro está mudando. O diretor e produtor diz que não é à toa que os hits mais executados pelas rádios sejam os dos sertanejos ou pagodeiros, que é o que o povo gosta de ouvir – e a novela pega carona nisso. “Se você analisar as paradas de sucessos nas principais capitais, vai ver que é bem semelhante. Artistas como o Michel Teló estão fazendo sucesso não só por aqui, mas no mundo inteiro. Acho que o gosto das pessoas, de uma maneira geral, está mudando um pouco. O disco de um Chico Buarque e uma Gal Costa não vendem tanto quanto antigamente e isso não se explica só porque a compra do CD físico está diminuindo”, defende. E completa: “As pessoas gostam de um sertanejo, de um funk. A novela é uma grande vitrine, é uma espécie de rádio que toca no país inteiro e no mesmo horário, mas a gente não coloca ali uma coisa que o público não quer ouvir. Nem adianta”, justifica.
Entretanto, Mariozinho não acredita que seja uma tendência a teledramaturgia embarcar nesse tipo de gênero e acha que, antes de tudo, o que realmente importa é o enredo e a proposta temática da novela. “Não sei se a direção da emissora chegou a encomendar aos autores tramas que atendam a classe C, mas a minha parte é apenas vestir o personagem musicalmente. Esse é o meu trabalho, que, aliás, é feito de forma coletiva, com os diretores e autores. O engraçado é que tenho recebido os mais variados tipos de comentários, desde quem está elogiando as trilhas e dizendo que finalmente estamos retratando a realidade musical brasileira até outros que afirmam que estamos apelando só para atender a classe emergente. A trilha segue a história. Temos que ser coerentes”, frisa.
Fonte: Divirta-se

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