segunda-feira, 11 de maio de 2015

‘Sinto saudade de comprar a minha cueca’

11/05/2015
A coluna evita qualquer tipo de fanatismo desenfreado mas, neste caso, abrimos uma exceção. Somos fãs de carteirinha deste rapaz, que tem sotaque de interiorano, jeito de bom moço e sempre trata a todos com carinho e atenção. Há alguns dias, Luan Santana lançou seu novo trabalho, um DVD e CD inspirado nos anos 50 e 60, que faz com que o lado romântico dele venha ainda mais à tona. Na entrevista a seguir, Luan fala de tudo: do preço da fama, da solidão, de dinheiro e de mulheres. Encante-se com a simplicidade do maior cantor jovem deste país.
Fale um pouco sobre esse projeto de CD e DVD juntos.
Uma coisa que me deixou muito feliz nesse lançamento é porque hoje em dia as pessoas estão tão desinteressadas no CD físico e esse trabalho trouxe o interesse de volta. A gente fez o primeiro lançamento em Belo Horizonte e as pessoas dormiram dois dias na fila só pra comprar o DVD. Foi muito legal e eu fiz questão de aparecer lá.
O que a gente vê no seu fã é algo que a gente está perdendo aos poucos. Com a internet, as pessoas estão muito distantes. A sua equipe manda tudo para o fã-clube?
Fiz questão desde o começo da minha carreira de tratar os fãs como eles merecem. Tem um departamento no escritório só para isso.
A gente pode falar sobre o fanatismo de uma maneira positiva, boa. A internet fez com que as pessoas sejam menos fãs. Mas o fanatismo do lado bom ainda permanece com o seu público, não é? 
Muito, muito. A gente teve a ideia de gravar um DVD temático e trazer as décadas de 50 e 60 à tona nesse trabalho. Quando a gente falou isso para os fãs, eles foram vestidos com roupas que remetiam àquelas décadas.
Essa época seus fãs não viveram de fato… 
Nem eu! Uma época que considero mágica para a música e também para o cinema. Época de Elvis, Beatles… A música mudou totalmente a partir dessa época.
Você gostaria de ter vivido nessa época?
Queria muito!
Você é romântico. Acha que é por isso? 
Com certeza. Essa época era muito romântica. O amor era visto de uma forma pura e inocente. Eu amo.
Aconteceu um episódio na coletiva do DVD, que um repórter fez uma pergunta e saiu de forma errada dizendo que você rejeitava a música ‘Meteoro’ e não a gravaria novamente. O que aconteceu? 
Fui mal compreendido. ‘Meteoro’ é a música mais importante da minha carreira. Foi a primeira, a minha âncora. Foi ela que fez de mim o que sou hoje. E eu nunca renegaria isso. Sempre vai ser a minha primeira canção e a mais importante da minha carreira, mas é importante a gente ir gravando outras coisas, outros papos e avançar novos horizontes.
Você se vê como um cantor sertanejo?
Eu nunca me rotulei. Sempre cantei o amor. Me vejo como um cantor que canta o romantismo. Só isso.
Como é a composição da sua música? É de noite, sozinho?
Quando estou sozinho é de madrugada, antes de dormir. Eu durmo muito tarde, por volta das 5h30 da manhã, 6h. Quando está tudo em silêncio, quando a cidade toda está dormindo, aí é que vêm as inspirações. Sempre é assim comigo. Pego o violão e sai. Quando é com parceiro, depende se o clima está legal. Sempre nasce.
Desde quando você dorme às 6 da manhã? Que horas você acorda?
Acordo umas três da tarde todo dia. Nunca consigo dormir cedo. Os shows no Brasil começam muito tarde, inclusive é um negócio que tinha que mudar. Mas é meio complicado, está no costume já. Os shows acabam 4h da manhã… Não tem como dormir mais cedo.
Durante a semana, quando não tem shows, o que você fica fazendo de madrugada?
Meu relógio biológico já está acostumado. Dia de semana não consigo dormir cedo. Fico em casa, muitas vezes sozinho. Todo mundo vai dormir e fico no violão, mexendo no celular. Já fiz churrasco sozinho, só pra mim. E, às vezes, tem amigo meu que vai pra lá, fica até tarde.
Você mora com quem? 
Com meus pais. Minha mãe, meu pai e minha irmã.
Você não pensa em morar sozinho?
Fico tão pouco tempo em casa que não vejo sentido em morar sozinho. Meus pais se mudaram para São Paulo por causa da minha irmã que queria fazer teatro e faculdade em São Paulo, então a gente mudou. Já passo tanto tempo sozinho na estrada… Tem duas cidades em que tenho casa: Campo Grande e Londrina. Quando quero ficar sozinho eu vou para lá.
Você é muito pé no chão. Poderia ser megadeslumbrado e não é. Houve um momento que você se tocou e pensou: ‘não posso me deslumbrar’? 
Nesse assunto de se deslumbrar, a educação manda demais. A minha essência é do bem. Nunca me deslumbrei, nunca precisei que meu pai falasse: “Baixa a bola aí, está passando dos limites”. No começo, eu não acreditava em mim mesmo, eu falava: “Será?” Eu sempre fui muito inseguro. A segurança só ganhei com o tempo.
Você se acha bonito?
Não. Não me acho.
Você não acha que está melhor com o tempo?
Tem umas fotos que eu saio melhor…
Sério mesmo? Não se acha mesmo?
Me acho normal, mas as pessoas acham que eu sou. Então eu acredito (risos).
Acha que o holofote faz com que as pessoas fiquem mais bonitas?
No começo, eu era feio demais. Pega foto aí, de aparelho, cabelo estranho… Eu entrava no palco e as mulheres gritavam. Posso não ser bonito hoje, mas dei uma boa melhorada.
Não é só a beleza que faz tudo, o jeito que conquista, né?
Acho que a verdade da pessoa conquista, passa a beleza. Quando você faz algo com verdade, amor e coração, as pessoas entendem.
O que você quer para daqui a pouco profissionalmente?
Eu quero continuar com minha música, levar ela pra cada vez mais novos horizontes. Eu não pensava, mas nos últimos dias comecei a pensar em carreira internacional. Eu sei que o Brasil vai sempre me abraçar e temos que tomar muito cuidado. Temos exemplos de pessoas que abandonaram aqui para ir pra fora, não deram certo e, quando voltaram, o público tinha esquecido deles aqui. Acabou ficando sem uma coisa e sem a outra. Tem que ser tudo planejado.
Qual seu principal defeito e qualidade?
Nossa, não sei. Meu pior defeito é ser desligado. Às vezes, as pessoas falam comigo e eu concordo sem ouvir o que a pessoa falou. Uma qualidade: sou um cara sincero e muito batalhador.
Você sabe dizer ‘não’? 
Eu acho que com jeitinho a gente consegue dizer ‘não’ sem magoar a pessoa. Acho que com jeito eu consigo.
Você é consumista? 
Minha maior extravagância, o que comprei de mais caro, que talvez não precisasse, mas acho que precisava porque era meu sonho, foi meu carro. Paguei um pouco caro nele, mas era o que sempre quis, então me dei esse luxo.
Onde você anda com sua Ferrari?
Em Alphaville. Tenho medo de ir para São Paulo.
Você pode andar na rua?
Sabendo a hora que você vai sair para não pegar tanto trânsito é tranquilo. Porque ele parado no engarrafamento complica.
Por que complica?
Porque o povo para, desce do carro, atrapalha o trânsito. É lindo, chama atenção mesmo. Até guarda municipal para o carro para fazer gracinha.
Você tem vida pessoal?
Dentro do possível, sim. Sei aonde ir.
Onde você conhece as meninas? 
Às vezes quando eu saio… Conheço em shows, no Instagram… Vou atrás e pego telefone pelo Instagram…
Quando você está de férias, vai para o exterior. Lá fora você teve que se apresentar?Claro! Só brasileiro que me conhece. Marquei de viajar no estilo ‘mochilão’. Era meu sonho e vou realizar no final do ano. Vão ser cinco cidades da Europa e fizemos um roteirinho bem legal.
Tem um sabor especial conhecer alguém que não te conhece?
É diferente, é legal… Muito diferente.
É legal a pessoa não saber o que faz, idade, nome, profissão… É legal conquistar alguém sem a pessoa ter seu currículo todo pronto já, não é?
Sim, isso é muito legal e só lá fora é possível.
Tem saudade de alguma coisa do anonimato?
Do tempo que eu tinha pra mim. Para ir à padaria, farmácia… Sinto saudade de comprar a minha cueca, que é meio complicado hoje em dia. Às vezes pode ter um modelo mais legal que eu podia ter visto e a pessoa não trouxe. Mas você se acostuma.
Como você recebe as cantadas? Qual sua reação?
Curto menina que fica na dela, que eu precise cantar. Eu gosto de menina mais difícil. Gosto de menina com cara de menina, que tenha o corpinho no lugar, gostosinha, não muito forte e que tenha a carinha de meiga.
Falta pouco mais de um mês para o Dia dos Namorados. Pode ser uma boa ideia comprar o DVD do Luan Santana? 
Com certeza! São músicas que todo mundo conhece com novos arranjos e canções inéditas que, quando as pessoas pegarem para ouvir, vão ver que fizemos com todo o capricho do mundo.
Fonte: Odia-Por: Léo Dias

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